Desde 1984
Rosangela Maluf
20 de Dezembro de 2019
Então é Natal
Não sei, mas neste final de ano, ando imersa em uma fase meio cinzenta
Próximo ao Natal fico assim mesmo: não gosto dessa confusão chata, desagradável e desnecessária além do cansaço normal para época, me sinto insatisfeita com quase tudo.
E então, parto à procura de um lugar que me caiba, uma cidade que me acolha um lugarejo que me agrade pelo cheiro, que me cative pelas cores, pelo verde que me conquiste pelo seu pequeno porte, pelas suas estradas de terra, por uma gente simples e de boa prosa.
Procuro pessoas fora do contexto de consumo, que passem longe de shoppings, que não façam dieta, não frequentem academia, aquele papo chato de adoçante e baixas calorias gente que ame a vida calma e a proximidade das pessoas, tudo… sem pressa.
Gosto de crianças vivas e espirituosas, sem mania de gente grande – fruta amadurecendo antes do tempo quero bons programas na TV, filmes bem leves, quero ler muito, de tudo, fazer palavras cruzadas sob uma árvore qualquer, andar nas pracinhas, plantar um canteiro, molhar a horta, respirar terra molhada…
Acordar quando não tiver mais sono, comer sempre que der fome, cochilar quando o corpo pedir descanso, tomar banhos sem hora marcada, me lambuzar de alfazema e lavanda, deitar cedo, ir pra cama em boa companhia, ler muito conversar deitados, de mãos dadas TV só quando for coisa que me interesse revistas, jornais, tudo espalhado organizadamente.
Passar o dia de cara limpa, cabelo preso, roupinha larga e gostosa ouvir muita música, muita música, muita música tocar violão de tardinha, espantar mosquitos, visitar vizinhos, ouvir o sino da matriz, passear de bicicleta no coreto da praça.
Cuidar da casa, dos vasos, das flores. Cuidar da roupa, da louça, da comida boa. Cuidar das nossas vidas, nossa saúde, de você e de mim.
Enquanto há tempo, sejamos felizes…todos

() Rosangela Maluf é monlevadense, professora universitária,
escritora e filha de Farid Maluf, pioneira do comércio monlevadense
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