Uma ou outra pessoa no meio político já me disse que a alertaram para não acreditar em mim, pois não sou de total confiança.
Não faço questão ser de total e absoluta confiança de ninguém, mesmo porque minha consciência vale mais do que a confiança de outros. Mudo sempre, mudo muito e não tenho dificuldade nenhuma de mudar de opinião. Isso é vida, aprendendo cada dia mais e reconhecendo que nenhum de nós é dono da verdade ou da razão. Todos acertamos e todos erramos. O que não pode é mudar de princípios, de caráter e negar responsabilidade em nossos acertos e erros.
Mas especificamente em campanha política eleitoral, a confiança é vital. Ou acredita ou descarta. Não existe mais ou menos, nem meio termo. Certa vez um candidato me convidou para uma reunião com a intensão de me contratar para comandar o marketing de sua campanha. A primeira pergunta que fiz foi “você acredita em mim?”. Aí eu emendei: “acredita em mim como acredita em sua esposa?”.
O candidato ficou alguns segundos pensando e disse que uma coisa nada tinha a ver com a outra. Aí eu o lembrei de que minha função não seria agradar a esposa dele, mas sim aos eleitores, o que poderia gerar conflitos. Confiança se estabelece ou não. Sem ela não existe consultoria nem assessoria política. Do mesmo modo acontece nas relações pessoais. Se seu espelho não confia em você de nada vai adiantar outros tantos acreditarem. Na vida de cada um é decisão pessoal que precisa ser respeitada, mesmo porque nenhum de nós gosta de todos que gostam ou não de nós.
(*) Márcio Passos é jornalista e fundador do A Notícia