Desde 1984
Alexsandra Mara Felipe Fernandes
06 de Novembro de 2020
Povo: não se curve

Fiz algumas observações eleitorais em algumas cidades e constatei que os lugares que os políticos mais se interessam em saber como estão os nomes deles na corrida para o cargo tão sonhado, são as áreas mais pobres. Fiquei pensando e via que, a cada resposta dada por aquelas pessoas, problemas básicos apareciam na boca de um povo descrente sem muita esperança: até água de barro tinha em um bairro inteiro, onde isso era normal... Mas não um normal que fizesse com que a prefeitura se compadecesse e cumprisse com o juramento de um prefeito de cuidar de todos.

 Fiquei imaginando que se todo aquele povo se unisse... Constatei, porém, que o povo não sabe a força que tem. Pense: se o povo mais pobre é o mais almejado nesses momentos, se são os votos mais importantes e se eles (candidatos políticos) sabem disso por que ouvi-lo apenas nessa época? Eu vou responder com uma história que, sendo ou não verdadeira, expressa muita semelhança com nossa política Tupiniquim: 

“Em uma de suas reuniões, Hitler pediu que lhe trouxessem uma galinha. Agarrou-a forte com uma das mãos enquanto a depenava com a outra. A galinha, desesperada pela dor, quis fugir, mas não pôde. Assim, Hitler tirou todas suas penas, dizendo: 'Agora, observem o que vai acontecer'... Hitler soltou a galinha no chão e afastou-se um pouco dela. Pegou um punhado de grãos de trigo, começou a caminhar pela sala e a atirar os grãos de trigo ao chão, e a galinha, assustada, e sangrando, corria atrás de Hitler e tentava agarrar algumas migalhas.

A galinha o seguia fielmente por todos os lados. Então, Hitler olhou para seus ajudantes, e lhes disse: “Assim, facilmente, se governa os estúpidos”. Viram como a galinha me seguiu, apesar da dor que lhe causei? Tirei-lhe tudo “..., mas, ainda assim ela me segue em busca de farelos”.”

A maioria das pessoas segue seus governantes, apesar da dor que estes lhes causam, pelo simples gesto de receberem um benefício barato. O povo segue aquele que lhe dá as migalhas do dia.

Essas andanças nas periferias servem não apenas para saber quem esta à frente, como também para montarem um plano de governo, para prometer e atingir o ponto exato onde o povo padece e mais sonha ter, que é o respeito e a dignidade.  

Fazem o plano ideal e... Ganham. Ganham e sabem que no bairro X não tem água limpa etc... Ganham e... Depois de 4 anos ... Tudo de novo. Fico pensando o porquê disso? E acredite, eu andei muito, em vários lugares e não vi nada que fosse impossível de se resolver. 

Triste mesmo é constatar a desesperança nos olhares. Ah... Se soubessem aquelas pessoas os gigantes que são... Político nenhum deixaria de nos respeitar. Acorde povo. Chega de ser galinha mendigando migalhas. Podemos ser como águias que voam acima das nuvens...

Somos os patrões. Não se percam. O dever máximo do cidadão é levar sua voz, por meio da democracia. A nossa arma, não está nos lamentos, no cansaço, no voto nulo ou em branco. Nossa arma está nas redes sociais, no diálogo, nas reuniões da Câmara, na União dos povos. E principalmente, nas urnas. Nessa eleição, e durante todo o mandato que virá, escolham serem Águias.


(*) Alessandra é presidente da Amad- Associação Monlevadense de Afrodescendentes e moradora do bairro Santa Cruz

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