Apuradas as urnas, tivemos apenas uma mulher eleita para a Câmara Municipal de João Monlevade. E não foi por falta de nomes, já que no município, houve várias mulheres candidatas com capacidade de desenvolver um excelente trabalho no Legislativo. Mas, como a democracia é soberana, há de se respeitar a vontade do povo.
Mas, o que se espera de Andrea Peixoto (PTB), única mulher eleita para a Câmara dos Vereadores? Esperamos que ela, de fato, exerça sua representatividade em prol das mulheres e que seja uma ativa de fato, já que, a primeira mulher eleita para governar a cidade, encerra sua gestão sem nenhuma política pública para as mulheres.
Aliás, é lamentável que, a primeira prefeita de João Monlevade, tenha passado os quatro anos de seu governo à sombra do marido, sem levantar ou mostrar a sua voz, como esperado por quem nela votou. E, embora Andrea seja representante do grupo de Simone Carvalho (PTB) na Câmara, ela tem a chance de representar as mulheres de forma efetiva, o que sua chefe não fez. Além disso, Andrea Peixoto conhece bem as demandas que nos afligem, sobretudo, as da área de saúde.
Que Andrea possa lutar por mais mamografias no Sistema de Saúde. Que ela possa trabalhar para que as mulheres vítimas de violência tenham atendimento correto por parte das autoridades. Que ela possa apresentar projetos de lei que melhorem a vida das mulheres monlevadenses.
E não é desejo meu responsabilizar Andrea por todas essas ações voltadas às mulheres. Na verdade, esse é um papel de todos os vereadores e do prefeito eleito. Monlevade precisa de ações urgentes para as mulheres em todas as áreas. E não são poucos os trabalhos pela frente. Por isso, a esperança é que João Monlevade tenha, a partir do próximo ano, mais ações e políticas que respeitem, valorizem e ajudem os cidadãos, sobretudo as mulheres, a terem uma vida em plenitude.
Aproveito a ocasião para parabenizar a prefeita eleita Samantha Ávila e a vice, Rosilane Taveira Basílio (a Rode), em Bela Vista de Minas pela vitória. Que elas possam ser as porta-vozes das mulheres na cidade e também no Médio Piracicaba, com um mandato de representatividade para todas.
Em Minas Gerais, tivemos mulheres eleitas em cidades importantes, como Juiz de Fora, com a professora Margarida Salomão; em Contagem, com Marília Campos, em Uberaba, com Elisa Araújo primeira prefeita da história da cidade. Além disso, em Belo Horizonte, o número de mulheres na Câmara saltou de quatro para 11. Dentre essas, a primeira mulher trans, a professora Duda Salabert que representa um grande avanço em defesa não só das mulheres, mas também do grupo LGBTQ+. Que Monlevade mire-se nesses exemplos e eleja mais mulheres nas próximas eleições.
(*) RENATA CELY FRIAS é advogada em João Monlevade e região e especialista em Direito Previdenciário. [email protected]