Estou afastado do A Notícia há muitos anos, jornal comandado por minha filha Maria Cecília e pelo editor Erivelton Braz, comemorando agora seus 37 anos de circulação ininterrupta. É uma história que muito me orgulha e honra, melhor fase profissional de minha história de trabalho na comunicação, continuada com exemplar correção por minha filha.
Agora, apesar de ainda trabalhar doze ou mais horas por dia, sou aposentado. E a experiência da COVID me fez voltar todas as atenções para o livro projetado há anos e, enfim, realizado. E foi este livro que me fez cometer uma injustiça que Maria Cecília corrigiu com urgência: não o coloquei à venda na Banca do Zé Maria, o maior vendedor de exemplares do A Notícia em toda sua história.
Estive lá neste último sábado, mas não o encontrei. Conversei com sua esposa Conceição e estava autografando alguns exemplares do “Muito antes pelo contrário”, quando uma senhora chegou na banca e disse:
- Eu estive aqui ontem e comprei dois exemplares do jornal A Notícia, um pra mim e outro para meu vizinho. Quando cheguei em casa só encontrei um na bolsa. Acho que não levei dois e fiquei sem o meu exemplar porque entreguei o único ao vizinho. Se você acreditar em mim, gostaria de receber o meu.
A esposa do Zé Maria, na maior cortesia, entregou outro exemplar àquela senhora e disse :
- Confio na senhora e destaco a coincidência do momento. Este aqui é o Márcio Passos do A Notícia.
A mulher me olhou, nós dois mascarados, e disse:
- Sempre li você, mas não o conhecia. Muito prazer. Leio A Notícia há muitos anos. Colocou o jornal debaixo do braço e saiu caminhando pela avenida Getúlio Vargas.
É a vida como ela é na banca do Zé Maria.
(*) Márcio Passos é jornalista e fundador do A Notícia