Minha cidade amada, vai passar por uma grande transformação nos próximos anos, com os investimentos bilionários da ArcelorMittal na Usina de Monlevade. O anúncio do grupo siderúrgico mundial, de praticamente dobrar a capacidade de produção da unidade, sentencia a vocação do município para a fabricação do aço.
Com o aporte de R$2,5 bilhões, a Usina de Monlevade se eleva como uma das mais importantes do Brasil e se destaca no grupo gigante internacional. Como disse o amigo engenheiro Joaquim Costa que trabalha na unidade: “Se Paris é “la Ville Lumière” (cidade das luzes); Se New York é “the city of dreams” (cidade dos sonhos), se Rio de Janeiro é a cidade maravilhosa e BH, a Cidade Jardim… Monlevade pode ser a Capital Mundial do Fio-Máquina. Ou seja, ser reconhecida internacionalmente pelo principal produto produzido aqui. É exatamente o que penso.
É preciso mostrar que o fio máquina vai além das bobinas que lotam carretas, saindo daqui, para todo o Brasil. Não é só falar e mostrar que o fio máquina está nos pneus e que só Monlevade produz no país; que é a matéria-prima para outros produtos de aço, tais como arames, lã de aço, fixadores, eletrodos de solda MIG e que ainda é aplicado na agropecuária, na construção civil, na eletrificação, molas e hastes de amortecedores, entre tantas aplicações... Mais que isso: agora, o fio máquina é condutor da esperança de um novo tempo para a cidade. É o sonho de uma nova cidade, mais pão nas mesas, mais infraestrutura, recursos e oportunidades novas para todos.
Está na hora de um grande projeto de construção da identidade local, do pertencimento, do ser monlevadense, passando pela história de pioneirismo e legado deixado por Jean Antoine Félix Dissandes de Monlevade, Gaston Barbançon, Louis Ensch e tantos outros que edificaram a usina e essa cidade. Assim, não só o poder público, mas também o privado, precisa valorizar essa memória para que a identidade se efetive.
Pela segunda vez em menos de cem anos, João Monlevade passará por uma grande transformação e precisa estar pronta para isso. Não só nas áreas financeiras, com aumento de arrecadação e receita, mas também nas áreas sociais e de desenvolvimento humano. Está na hora de Monlevade melhorar seu abastecimento de água, a mobilidade urbana, a educação. A cidade precisa se tornar o home e o office de quem vier aqui trabalhar e produzir. Tem que ter comunicação efetiva, pulsante, ideias inovadoras e projetos, projetos e projetos.
Eu sempre fui um otimista por acreditar que a fé significa acreditar naquilo que não se vê. E agora estamos prestes a vivenciar um tempo melhor e de grandes mudanças. Enquanto Itabira se prepara para o futuro pós-mineração, João Monlevade recebe a notícia de um novo ciclo para a siderurgia na cidade. O momento pede comemoração e projetos à altura para que o município não deixe passar a chance para se estabelecer como uma das mais prósperas do país.
Mas e aí? Será que a cidade está pronta para tamanho desenvolvimento que surge no horizonte? Será que as lideranças entenderam do que se tratam esses investimentos? Os políticos, os empresários e a comunidade precisam abraçar, não só os recursos que chegarão, mas a ideia de consolidação de uma nova cidade para o futuro que já começou. Vem aí, uma nova Monlevade. E que estejamos prontos para ela!
(*) Erivelton Braz é editor do A Notícia e fundador da Rotha Assessoria em Comunicação