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04 de Março de 2022
Carnaval, vacina e oração

Por mais um ano, o carnaval, maior festa popular do país e com importância no calendário do brasileiro, ficou prejudicada pela pandemia. Já são dois anos da circulação do vírus da Covid-19, milhares de casos e mortos em todo o país. Monlevade registrou 263 óbitos. Mesmo assim, com as restrições impostas pelos estados e municípios, foram mantidos eventos privados, em locais fechados, e proibidas as festas nas ruas numa contradição que não convenceu. 


Na região, pelo menos, não houve folia generalizada, mas houve blocos em Belo Horizonte (tão perto de Monlevade), desrespeitando as autoridades de saúde. Devido a isso, especialistas acreditam que pode haver aumento de casos nos próximos 15 dias, após a festa, sobretudo, pela alta circulação da variante ômicron, muito mais contagiosa. 


Parece absurdo repetir mas ainda é necessário: a vacinação e o uso de máscaras são as únicas formas de sair desse cenário e permitir a retomada da vida, sem a ameaça do vírus que ainda mata e causa sequelas. O poder público precisa oferecer todas as condições possíveis para que todos se imunizem. O trabalho não pode parar e as pessoas precisam também se conscientizar da importância da vacina. 

Sem ela, a situação estaria muito pior, com mais mortos e mais doentes lotando os hospitais. Enquanto os inconsequentes não se protegem, o vírus encontra espaços para se multiplicar, sofrer mutações e continuar se espalhando e contaminando mais pessoas. As crianças voltaram às aulas e precisam também da vacina para dar mais segurança às famílias, professores e funcionários da educação. 


Não podemos mais perder para o vírus e continuar com a economia prejudicada. Agora, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, podendo se espalhar pela Europa, a situação pode piorar no Brasil. Isso por conta do aumento da inflação, da gasolina, do gás, de alimentos, que já estão bem caros. 


O cronista Luís Fernando Veríssimo escreveu que, 'no Brasil, como se sabe, o verdadeiro dia primeiro de janeiro é a Quarta-Feira de Cinzas - à tarde'. Está na hora de começar o ano de vez, com mais vacinas para conter o vírus e mais oração para todos os santos e crenças para parar a guerra. 

JORNAL IMPRESSO