No próximo domingo, dia 2, teremos novamente a possibilidade de exercer nosso direito constitucional a democracia, escolhendo os candidatos e candidatas que entendemos ser os mais aptos a nos representar. É extremamente importante pesquisarmos as ideias, as propostas antes de exercer o direito ao voto.
Segundo informações do TSE, divulgadas em julho deste ano, as mulheres são a maioria das pessoas aptas a votar nas Eleições 2022. Das 156.454.011 pessoas que poderão votar no pleito deste ano, 82.373.164 são do gênero feminino e 74.044.065 do masculino. O número de eleitoras representa, assim, 52,65% do eleitorado, enquanto o de homens equivale a 47,33%.
O estudo do TSE traz também a informação de que, apesar de comporem a maior parte da população brasileira apta a votar, as mulheres continuam sub-representadas nos espaços políticos e de poder. Nas eleições de 2018 (pleito igual a este de 2022) apenas 06 das 81 vagas do Senado Federal foram conquistadas por mulheres. Na Câmara dos Deputados, dos 513 eleitos, somente 77 eram do sexo feminino. Ainda em 2018, apenas uma mulher foi eleita governadora.
É necessário olharmos para a diferença entre o Brasil real, de maioria feminina, e o Brasil político, cenário no qual as mulheres ainda são minoria e têm pouca representatividade.
Não estou aqui levantando bandeira de que mulher deve só votar em mulher, indistintamente. Estou aqui para levantar uma reflexão: se somos maioria do eleitorado feminino, por que nossa representação política é tão fraca? Se queremos mudanças em nosso país devemos pensar, pesquisar, refletir e agir de forma diferente!
É importante entendermos que não existe saída fora da política. A política está presente em tudo na nossa vida. A política é feita até na hora de decidir o que iremos comer ou vestir, na hora de postar algo nas redes sociais ou debater determinado assunto com amigos e familiares. Além disso precisamos ter consciência de que o preço dos alimentos, dos produtos de limpeza, os impostos embutidos nas contas que pagamos, o preço da passagem, do gás de cozinha e da gasolina, a fome de grande parte da população, a falta de vagas nas escolas, creches e hospitais, a falta água, de vacinas, o desmatamento, as inundações, tudo isso é política.
E o preço pago por quem não gosta de política ou não escolhe por si para votar, é ser governado por quem os outros escolheram!
Votar é um ato de poder. O poder de escolher quem queremos que nos represente. Como maioria do eleitorado brasileiro, podemos construir um país diferente, um país com mais políticas públicas voltadas para nós! Então, não nos isentemos. Vamos pesquisar, pensar, escolher e votar consciente!
(*) Elivânia Felícia Braz é advogada, vice-presidente da 75ª subseção da OAB/MG e presidente da AMA