Lula aqui
À exceção de Monlevade, onde recebeu 47% dos votos, Lula teve a maioria absoluta em todos os municípios da região, com votação acima de 50%. Em algumas cidades, Lula recebeu mais de 60% dos votos, contra 30% de Bolsonaro.
Segundo especialistas, a vitória de Lula deve se repetir na região. É que, em geral, os eleitores tendem a manter os votos do primeiro, no segundo turno. Além disso, muitos “anteciparam” os votos do segundo turno, ainda no primeiro, deixando de lado a chamada “terceira via”.
Um novo nome
Após a derrota da ex-prefeita Simone Carvalho nas urnas em 2020, o grupo Moreira/Torres em Monlevade precisa de um novo nome, se quiser voltar a governar o município. Além disso, precisa melhorar a comunicação e as estratégias de seus candidatos.
Por exemplo, apesar dos quase 97 mil votos no Estado, Tito Torres não conseguiu nem 10% do total em João Monlevade, sua cidade natal. Ele recebeu menos de 6 mil votos no município. Praticamente, a mesma votação de Simone Carvalho há dois anos. Ou seja: não conseguiu votos novos, sendo votado por praticamente os mesmos eleitores que apoiam seu grupo político. Talvez por isso que o grupo especula o nome de Mauri Torres para concorrer a Prefeitura em 2024. Será que vem?
Um novo nome viria para oxigenar e atrair outros votos para o grupo político, que elegeu três prefeitos e reelegeu um, nos últimos 20 anos em João Monlevade. Até a votação do candidato do grupo a deputado federal, Rodrigo de Castro, que já recebeu votações expressivas na cidade, não chegou a 1500 votos neste ano por aqui. Em outros eleições, ele já teve mais de 5 mil votos na cidade.
Derrota
Após abrir mão da candidatura a prefeito de Itabira, apostando suas fichas na Assembleia Legislativa, Bernardo Mucida amargou derrota nessas eleições. Apesar dos quase 41 mil votos, não conseguiu se reeleger como deputado estadual. Ele não foi o majoritário em Itabira, seu reduto político, recebendo menos votos que o ex-prefeito João Izael. Na cidade vizinha, ele perdeu cerca de 10 mil votos se comparado com as eleições de 2018. Em Monlevade, onde recebeu apoio de vereadores e lideranças, ficou em terceiro lugar, com 2.869 votos. Mucida conseguu recursos para a cidade para obras em escolas e para o Hospital Margarida. Ele também não conseguiu eleger seu candidato a deputado federal, o monlevadense Guilherme Nasser, com pouco mais de 4 mil votos.
Dada a largada
Terminada as eleições deste ano, foi dada a largada para as eleições de prefeito e vereadores em 2024. Muitos candidatos a deputado estadual e federal, de olho nas eleições municipais, querem aproveitar o rescaldo dos votos do pleito deste ano. Aliás, é provável que muitos tenham disputado a corrida eleitoral já pensando nisso, sabendo das dificuldades que teriam para se eleger.
Nomes
Em Monlevade, não conseguirem se eleger neste ano, os candidatos a deputado federal: Djalma Bastos (PSD), Guilherme Nasser (PSB) e José Roberto Fernandes (Avante). Para estadual, concorrem Andreia Brito (PSB), Robertinho (Avante) e Josemar Viagra (PSDB) que não foram eleitos. É provável que todos sejam candidatos a prefeito ou a vereador em 2024.
Esperavam mais
Nomes conhecidos da região, como os ex-prefeitos de Santa Bárbara, Leris Braga, e de Itabira, João Izael, além dos ex-vereadores e ex-presidentes da Câmara de Monlevade, Guilherme Nasser e Djalma Bastos, esperavam bem mais votos que receberam. Será que convencem daqui a dois anos? Ou saíram menores do que entraram?
De aliados a concorrentes
Mucida (PSB), João Izael (PMN) e Wetão (PSB) devem entrar no páreo para as eleições municipais de Itabira. O atual prefeito Marco Antônio Lage, se quiser a reeleição, tem que por as barbas de molho porque seus antigos aliados na campanha vitoriosa de 2020, podem sim, ser seu concorrentes no próximo pleito. Além disso, o opositor Neidson de Freitas (MDB) certamente deve concorrer.
2024 é logo ali!
(*) Erivelton Braz é editor do A Notícia e fundador da Rotha Assessoria em Comunicação