Segundo a imprensa mineira, o senador Alexandre Silveira recebeu convite do presidente Lula para ocupar o Ministério da Infraestrutura e deve aceitar o cargo, após a aprovação da PEC do Orçamento no Congresso.
Silveira tem estreitar relação com a região e foi diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura do Transporte (Dnit). Portanto, conhece bem o trecho da BR-381 norte e as demandas das estradas de Minas.
Além disso, atuou como importante cabo eleitoral do então candidato Lula em Minas, inclusive, com passagens importantes pelo estado que garantiu expressivas votações ao presidente eleito. Foi em Ipatinga, durante ato de campanha, que Lula afirmou que a duplicação da BR-381, de Govenador Valadares a Belo Horizonte, vai sair em seu mandato. Essa não pode ser apenas promessa de campanha. É preciso ser a prioridade máxima do governo, em relação à infraestrutura no estado. Silveira sabe bem disso.
Porém, como gato escaldado tem medo de água fria é preciso desconfiar. A promessa foi feita por outros três presidentes. Desde a ordem de serviço expedida em 12 de maio de 2014 até o momento, a ex-presidente Dilma (PT), que inclusive iniciou as obras, o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o atual Jair Bolsonaro (PL), falaram em entregar a obra. Entretanto, até o momento, estão duplicados apenas 83,045 KM do total de 305 KM, divididos em oito lotes. Ainda resta 73% da rodovia a ser duplicada e o próximo governo precisará correr contra o tempo se quiser cortar a fita da inauguração.
Além da necessária, urgente e fundamental duplicação da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares é a grande pauta e bandeira da região, que tem sido muito bem ventilada e defendida pela Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Piracicaba (Amepi) e pelas associações comerciais da região, por meio do importante Plano de Desenvolvimento Regional. Pela primeira vez em anos, as entidades se uniram e focam os interesses (empresariais e dos cidadãos) em busca da duplicação.
O presidente da Amepi, o prefeito de São Domingos do Prata, Fernando Rolla, é grande entusiasta do projeto e se uniu ao coordenador do Plano de Desenvolvimento Regional, Eugenio Muller, para engrossar o coro pró duplicação. Campanhas de Marketing, reuniões, viagens a Brasília, encontros com o governador Romeu Zema, senadores e deputados, entre outras lideranças, deram um resultado com efeitos imediatos: o recapeamento da pista entre João Monlevade e Belo Horizonte.
O próximo presidente da Amepi, o prefeito de Itabira Marco Antônio Lage, deve continuar essa parceria com as entidades comerciais e empresariais e seguir firme no propósito da duplicação. Afinal, o desenvolvimento da região, das cidades, a melhoria da qualidade de vida das pessoas, entre inúmeros outros benefícios depende muito dessa obra.
A eleição de Lula e a ida de Silveira para a Infraestrutura, com certeza, é um reforço de peso para a duplicação da rodovia da morte e a sua transformação em rodovia da vida. Mas enquanto isso, é preciso continuar tendo cautela e muito cuidado no período chuvoso, justamente época das festas de fim de ano, para trafegar no trecho. Aproxima-se o Natal e é tempo de esperanças. Que a duplicação, enfim, saia do papel e se transforme em realidade. Assim seja.
(*) Erivelton Braz é editor do A Notícia e fundador da Rotha Assessoria em Comunicação
