Sou amigo de Mauri há mais de 40 anos. Participei das suas campanhas desde a primeira vez, e ele sempre me apoiou ao longo dos anos. Faço um relato aqui da minha visão de quem é Mauri: um cara simples, que não gosta de ostentação, mas que tem uma folha de serviços prestados a Monlevade, ao Médio Piracicaba e ao Estado de Minas Gerais.
Mauri começou a sua vivência na área pública prestando serviços de Contabilidade para Prefeituras do Médio Piracicaba, quando começou praticar a sua habilidade de articulação política. Na época, prefeitos e outras lideranças o incentivaram a candidatar-se a Deputado Estadual. Sendo eleito, na sua primeira eleição, veio suprir uma lacuna da região que há décadas não tinha um representante na Assembleia Legislativa.
Ele sempre foi muito carinhoso com a mãe e sempre apoiou os irmãos e sobrinhos, ao longo dos anos. Mauri tem quatro filhos: o ex-prefeito Teófilo, o deputado estadual Tito Torres, Aryanna e Teodoro, que foram criados no estilo dele: pessoas simples e, em que pese o pai tenha exercido os cargos mais importantes do Estado, sempre circularam em todas as camadas sociais sem nenhum tipo de ostentação.
As pessoas que trabalham com Mauri, seja na vida privada ou pública, sempre tiveram uma excelente relação, pois a grande maioria trabalhou com ele por muitos anos. Alguns só não estão mais com ele porque se aposentaram.
Como deputado estadual, Mauri teve uma carreira brilhante. Exerceu o mandato por seis vezes, sempre mantendo as suas bases eleitorais e ampliando a votação. Isso demostra que prestou serviços, pois caso contrário, a cada eleição, teria que mudar a região eleitoral. Ao sair da carreira política, lançou o filho Tito Torres que, seguindo os passos do pai, já está no terceiro mandato.
Ao longo de sua trajetória, Mauri exerceu diversas funções de liderança, entre as quais foi 1º secretário da Mesa Diretora e presidente da Assembleia Legislativa. E, demonstrando toda sua credibilidade capacidade de articulação, foi reeleito Presidente. Para se ter uma ideia, na época não havia reeleição para o cargo. Foi necessária uma mudança na Constituição Estadual para que fosse possível a sua recondução ao cargo. Ele também assumiu o Governo de Minas interinamente.
No fim de seu último mandato como deputado, Mauri foi indicado pelos seus pares da Assembleia de Minas para ocupar uma vaga no Tribunal de Contas do Estado e, mais tarde, foi eleito presidente. E, mais uma vez, devido a sua seriedade, credibilidade e habilidade também. Esse é o mandato no Tribunal que se encerrou na quarta-feira (15). Na oportunidade do término do segundo mandato foi homenageado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais recebendo elogios do presidente José Arthur Filho e do governador Romeu Zema (Novo).
Para todos os cargos que ocupou, ele teve direito ao que se chama popularmente de 'Liturgia do Cargo'. São benefícios diversos concedidos a presidentes de instituições. Porém, Mauri sempre usou o mínimo necessário. E mesmo assim por exigência dos setores de segurança do Estado, pois a vida toda foi uma pessoa de hábitos simples no trato com todas as pessoas.
Ao longo dessas quatro décadas em que o conheço, afirmo que nunca o vi fazer qualquer coisa para prejudicar quem quer que fosse. Certa vez, ele falou uma frase de que não esqueço: 'Posso não conseguir fazer bem a uma pessoa, mas jamais farei o mal'. Como todo político, tinha adversários. Mas inimigos, jamais. Viva Mauri e o belo exemplo de vida pública!
(*) Clésio Gonçalves é diretor do Instituto Solar, ex-presidente da Câmara de João Monlevade e ex-assessor de Comunicação da Prefeitura de João Monlevade