Em um mundo repleto de pressões e expectativas, constantemente somos bombardeados com imagens e narrativas do que é considerado sucesso. Desde cedo, somos ensinados que o sucesso no trabalho, nos estudos e na vida é um objetivo padrão a ser perseguido incansavelmente. No entanto, é crucial questionarmos até que ponto esses padrões quase inatingíveis, como ficar milionário ou famoso, nos levam ao verdadeiro êxito.
A sociedade, muitas vezes, nos vende a ideia de que o sucesso no trabalho é medido pelo prestígio, salário elevado e ascensão na carreira. No entanto, essa busca incessante por status e poder frequentemente resulta em estresse e em esgotamento. A constante competição pode nos fazer esquecer significados valorosos como a realização pessoal e a satisfação no que fazemos.
Da mesma forma, nos ensinam que o sucesso nos estudos está intrinsecamente ligado a notas altas e a diplomas brilhantes. No entanto, essa busca pela perfeição acadêmica pode resultar em ansiedade e até problemas de saúde mental. O verdadeiro êxito acadêmico deve ser medido pelo aprendizado, pelo desenvolvimento de habilidades e pelo crescimento pessoal, em vez de simplesmente acumular certificados. Aliás, academicamente, é muito mais vantajoso debruçar-se sobre contribuições para a nossa comunidade do que a gananciosa ideia de mudar e moldar o mundo globalmente. Já dizia a antropóloga Margareth Meade: “Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo. De fato, sempre foi assim que o mundo mudou”. Entendo que mudar o mundo começa nas nossas pequenas atitudes cidadãs, que resultam em eventos em cadeia.
Mas, voltando à pauta deste texto, outro ledo engano é creditar que o sucesso se resume a ter uma grande riqueza material. Mas será que o verdadeiro triunfo pode ser definido por um saldo bancário? Não seria mais lucrativo pensar na preservação de valores fundamentais como a honra, a família, os amigos e a paz interior? Não estaria o sucesso de fato mais profundamente ligado à saúde física e mental? Afinal, sem saúde, todas as outras realizações perdem seu significado.
Penso que, ao invés de seguir cegamente os padrões de êxito que nos são impostos, devemos nos questionar sobre o que realmente importa para nós. O sucesso é altamente individual e pessoal. Muitas vezes, você já o alcançou e ainda não percebeu! Encontrar equilíbrio entre trabalho e vida pessoal; ter tempo para os entes queridos, ou simplesmente encontrar felicidade nas pequenas coisas da vida pode ser um caminho mais suave a ser considerado.
No meu modelo de sucesso (que, destaco, pode não ser o seu, pois não há fórmulas), acredito que devemos buscar o que nos faz verdadeiramente felizes e realizados, preservando nossa saúde, honrando nossos valores e mantendo relacionamentos significativos. Basicamente, é uma jornada de autodescoberta e satisfação pessoal. Desejo sucesso pleno para você!
(*) Breno Eustáquio da Silva é professor universitário e doutor em Educação