Monlevade, Minas e o Brasil vivem uma epidemia de dengue. Milhares de casos são notificados diariamente em todo o país, nas pequenas, médias e grandes cidades brasileiras. Todas as campanhas de comunicação institucional martelam a mesma tecla: guerra contra o mosquito. Mas será que o mosquito é, de fato, o vilão dessa história?
Depende. Se pensar que ele é o vetor das arboviroses, que pica para se alimentar e contamina as pessoas, sim, ele é o culpado. Mas se pensar que o mosquito se reproduz em água parada, em matagais, em lixo urbano, em caixas d’água, calhas e até em reservatório de geladeira, a responsabilidade é do ser humano, que permite essas condições.
O mesmo homem que faz coisas maravilhosas, que revoluciona a medicina, que faz ciência, foguetes, satélites, e-comerce e carros elétricos, não consegue evitar a proliferação de um mosquito que transmite doenças que podem matar. Está faltando uma tomada de consciência de todos, porque a responsabilidade assim o é. Não basta o poder público fazer campanhas, mutirões e fumacê apenas na época das crises. Prevenir doenças e promover a saúde de todos é necessário o ano todo.
E cada um deve sim, fazer o seu papel: evitar água parada, limpar lotes, quintais, calhas e caixas de água. Em 10 minutos diários, dá para vistoriar toda a casa e eliminar possíveis criadouros do mosquito transmissor. Mas também, as administrações devem ampliar os serviços de saúde e tornar a cidade limpa e bem cuidada. Sem isso, as epidemias de arboviroses só tendem a aumentar e a derrota do homem para um mosquito sempre será lamentável.