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29 de Janeiro de 2024
Em fase crítica, Itabira implanta ambulatório exclusivo para pacientes com dengue
Arquivo JAN

O espaço está localizado no Hospital Municipal Carlos Chagas e funciona todos os dias, das 10h às 22h
 
Em meio a uma das piores crises epidemiológicas de dengue já registradas, a Prefeitura de Itabira implantou um novo ambulatório no Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC) exclusivo para casos de dengue e outras arboviroses. O espaço começou a operar na quinta-feira (25) e atenderá pacientes encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e pelo Pronto-Socorro Municipal de Itabira (PSMI), todos os dias da semana, das 10h às 22h.

O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB), visitou o local e ressaltou as ações de combate à doença: “A Prefeitura está trabalhando 24 horas por dia no combate à dengue no nosso município. A implantação deste ambulatório é mais uma das diversas e importantes ações que estamos realizando. E mais uma vez, chamo a atenção da população: cuidado com a dengue. A participação das pessoas é muito importante nessa batalha contra o Aedes”. 

Marco Antônio Lage lembrou ainda que o município tem realizado mutirões de limpeza urbana, capina em lotes e multa para donos de propriedades que mantêm seus terrenos sujos: “Estamos notificando esses proprietários e a multa é pesada porque o combate à dengue é fundamental nesse momento. Precisamos salvar vidas. Infelizmente, este ano já tivemos um óbito e não queremos que isso ocorra mais. Então, todos devemos lutar contra a dengue. Isso depende das ações da Prefeitura, o que já estamos fazendo, mas depende fundamentalmente da consciência da nossa população. Vamos juntos enfrentar essa doença que nos aflige nesse momento”.

O ambulatório é voltado para os pacientes classificados como grupo B (doentes sem sinais de alerta ou de gravidade) mas que apresentem sangramento espontâneo ou induzido, que tenham condições especiais de saúde ou comorbidades. O serviço é composto por médico, enfermeiro e técnicos de enfermagem, que farão o tratamento dos doentes com hidratação venosa e oral, além de medicação para aliviar os sintomas da dengue e realização de exames. A implantação do ambulatório busca aumentar o número de atendimentos e agilizar a reavaliação de alguns casos.

A secretária municipal de Saúde, Clarissa Santos Lages, explicou que “temos em Itabira um número crescente de pacientes de todos os perfis, entretanto, os de perfil C e D levam a um maior impacto nos hospitais, pois são pacientes que precisam ficar internados. Assim, a abertura do Ambulatório de Arboviroses é uma maneira que temos para melhor atender os casos classificados como B, que necessitam de um tempo maior de observação na unidade, realização de exames laboratoriais, hidratação oral ou venosa supervisionada e reavaliações diárias até 48 horas após a febre. O ambulatório então impacta também em melhoria da qualidade do atendimento dos pacientes com classificação A, uma vez que diminui a sobrecarga dos PSF e do Pronto-Socorro”.

O vice-prefeito de Itabira, o médico Marco Antônio Gomes, também esteve no Ambulatório de Arboviroses para conhecer o espaço e a equipe técnica: “Estamos numa fase perigosa, crítica. A cidade está em estado de alerta. É importante notarmos que o paciente na fase inicial da doença, classificado no grupo A, pode ficar em casa com orientação médica. O nosso problema atualmente é aquele paciente que começa a ter alguma complicação. Com esse ambulatório, a Prefeitura busca acabar com a sobrecarga que estamos tendo no Pronto-Socorro e nos PSF”.

Liraa aponta o maior índice de infestação já registrado em Itabira

O primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (Liraa) do ano, realizado entre os dias 15 e 19 de janeiro e divulgado na última quinta-feira (25), apontou que a situação em Itabira é bastante grave. O Índice de Infestação Predial (IIP) é de 12,8%, o maior já registrado na cidade. Para o Ministério da Saúde (MS), índices superiores a 4% representam alto risco de surto de contaminação pelas arboviroses.

A pesquisa foi realizada em 1.757 imóveis da área urbana. O levantamento também apontou que mais de 80% dos focos estão nos domicílios e seus entornos. A porcentagem de criadouros com maior incidência de focos são: 39% em recipientes plásticos, garrafas e latas; 33,4% em recipientes móveis (bebedouros e vasos de plantas); 9,1% em pneus; 8,4% em depósitos fixos (ralos e tanques) e 5,9% em depósitos em nível do solo (caixas d’água e tambores).

Algumas medidas simples ajudam no combate: tampar tonéis e caixas d’água, manter as calhas sempre limpas, deixar garrafas sempre viradas com a boca para baixo, lixeiras bem tampadas, ralos limpos e com aplicação de tela, limpar semanalmente ou preencher pratos de vasos de plantas com areia, limpar com escova ou bucha os potes de água para animais e retirar a água acumulada atrás da máquina de levar e da geladeira, são algumas das atitudes que todos devem proceder.

A SMS solicita à população que denuncie sobre locais onde há focos do mosquito por meio do Disque Dengue: (31) 3839-2600 ou (31) 3839-2643.

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