A reimplantação do estacionamento rotativo em João Monlevade parece estar longe de ocorrer. O A Notícia questionou a Prefeitura se o serviço, suspenso desde maio do ano passado, voltaria a operar na cidade. O Executivo afirmou que pretende exercer o controle sobre o estacionamento nas áreas centrais, mas, ao contrário daquilo que foi feito anteriormente, sem ocupar as vias dos bairros. Porém, segundo o Executivo, ainda não há data.
Conforme a resposta, o tema está sob análise, e ainda não há data para a abertura da licitação: “Estamos estudando e avaliando outras experiências de gestão nessa área para entender qual se adapta melhor e atende as necessidades de João Monlevade. Existem algumas, inclusive, que sequer necessitam de passar por processo licitatório”.
Entre os pontos a serem revisados pela administração municipal, conforme ela própria declara, “a extensão do estacionamento rotativo, para que não se adentre aos bairros; área de abrangência; valores cobrados; multas; destinação dos recursos, para que sejam revertidos de forma mais efetiva para a sociedade; entre outros”. Enquanto o rotativo não é reimplantado, o Executivo aposta em conscientizar a comunidade para evitar o uso excessivo das vagas.
O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de João Monlevade, Luiz Carlos Valente, diz que a ausência de locais para estacionamento prejudica a economia: “Está atrapalhando o comércio pois (motoristas) estão ficando muito tempo ocupando as vagas. Como não temos mais o rotativo, não tem como fiscalizar a permanência nas vagas, que já são escassas”, disse.
No entanto, ele advoga que o rotativo deve ser restrito às vias centrais e acompanhado de mais políticas viárias: “Tem de normatizar o rotativo. O que não deve é colocar rotativo tão estendido nas ruas sem critério como era. Também, quando houver algum evento na avenida, como aconteceu no Pré-Carnaval, que se coloquem agentes municipais para ajudar no trânsito. Deve haver o evento, mas do jeito que está, o trânsito fica complicado!”.
Problema antigo
O estacionamento na região central de João Monlevade é um tema controverso há muitos anos, com questionamentos sobre o pagamento por usar um espaço público ou queixas sobre a dificuldade para encontrar uma vaga. A cidade já teve um sistema rotativo com talões em papel, mas em 2016, a Prefeitura assinou um contrato com a empresa T.I Mob para implantar um sistema de venda de créditos digitais.
A iniciativa foi amplamente ignorada, pois cerca de 10% dos veículos estacionados pagavam pela vaga, menos que os 30% previstos em contrato. Também houve muitas queixas sobre a extensão da cobrança a vias residenciais, uso de um carro de mapeamento no lugar dos monitores e até por descontos indevidos em carros guardados na garagem ou em outras cidades. Considerado um rotundo fracasso, o contrato foi encerrado pela Prefeitura em 24 de maio de 2023, não sem antes ela e a T.I Mob entrarem na Justiça uma contra a outra para cobrar repasses atrasados.