Desde 1984
() Elivânia Felícia Braz
01 de Abril de 2022
Março acabou, e agora?

Como todos sabemos, março é o mês que se comemora o Dia Internacional da Mulher, e, em razão deste dia, durante todo o mês de março diversas ações, homenagens e projetos são realizados para a mulher. A data surgiu no início do século XX no contexto da luta feminina por igualdade de condições de vida e de trabalho e pelo direito ao voto.

Inúmeras conquistas ocorreram, como o direito a participar do sufrágio universal, ou seja, votar e ser votada, mas as condições de igualdade nas decisões, na vida e no trabalho ainda são objetos de muita luta.

Atualmente, a celebração do Dia Internacional da Mulher teve o seu sentido original parcialmente diluído, adquirindo um caráter festivo e, porque não dizer, comercial, haja vista o comum hábito de distribuição de presentes, mimos, flores e rosas vermelhas para as mulheres nesta ocasião, o que em nada se equipara ao espírito de luta e busca pela igualdade de direitos das mulheres do início do século XX.

Variadas intervenções foram vislumbradas, também em nosso Município, em comemoração ao mês da mulher, como caminhadas, passeios ciclísticos, oferta de mudas de árvores para mulheres que se destacam no trabalho em prol da mulher no município, palestras e oficinas em diversas localidades, inauguração de espaços de apoio para a mulher, ações sociais com intervenção na área jurídica e na área da saúde, eventos para destacar o trabalho da mulher e para trazer empoderamento e inspiração a outras, lives e debates com temas diversos e importantes ao universo feminino.

Entretanto, é necessário relembrarmos que as ações voltadas para a igualdade de direitos das mulheres não se concentram apenas no mês de março. O debate precisa continuar, amplo e contínuo. O olhar da sociedade, dos gestores de órgãos públicos e de empresas precisa continuar voltado para a mulher em todos os meses do ano. Não buscamos nenhum tratamento diferenciado, mas a igualdade de direitos em todos os setores em que escolhermos estar, nos espaços de decisão, nos espaços de poder, em nossas casas, em nossos locais de trabalho, na rua, sem qualquer tipo de discriminação ou violência.

O mês de março acaba, mas a nossa luta continua, diária e firme. A busca por respeito, por condições dignas de vida, por igualdade de direitos não acaba com o mês de março. O respeito pela mulher, por suas decisões, por igualdade de oportunidade e participação nos espaços de decisão e poder tem que ser contínuo e definitivo! Seguimos!


(*) Elivânia Felícia Braz é advogada, vice presidente da 75ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil  João Monlevade e presidente da AMA- Associação Mulheres em Ação de João Monlevade.

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