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Elivânia Felícia Braz
04 de Agosto de 2023
Importunação sexual no transporte público

Importunação sexual é real no transporte público em João Monleade. É o que aponta um trabalho dos alunos Brenda Vitória Silva Repolês, Eder Lucas Silveira Freitas, Lucas Philip Oliveira Cruz, Nádia Cristina Rosa Lucindo e Najida Aline da Silva, do curso de Direito da Faculdade Doctum de João Monlevade. Eles foram orientados pelo professor Ícaro Trindade. A pesquisa revela dados coletados e analisados cientificamente e os resultados são impactantes!
Segundo a pesquisa, de 50 mulheres entrevistadas nos pontos de ônibus de João Monlevade, todas já presenciaram olhares incômodos e gestos desconfortáveis e insistentes. Do total, 35 já foram coagidas no transporte público; 28 já receberam cantadas, foram apalpadas e tocadas dentro dos ônibus de João Monlevade e 37 já presenciaram cenas obscenas no transporte público.  Das entrevistadas, 15 mulheres tinham entre 10-25 anos; 18 mulheres entre 26-40 anos; 12 entre 41-60 anos; 03 entre 61-75 anos e 02 acima de 76 anos.
Os dados não mentem. O que as vezes as pessoas acham que só acontece nas cidades grandes, nas capitais, está ocorrendo, e em números gritantes, aqui, bem ao nosso lado, conosco, mulheres idosas, jovens, adolescentes e meninas. A sensação é de total insegurança!
Segundo consta na pesquisa, as mulheres sugeriram algumas ações a serem tomadas pelas autoridades para melhorar/impedir que tais atos continuem, como, investir em segurança para as mulheres no transporte público; realizar campanhas e ações sobre o tema; promover a conscientização dos homens sobre o crime; instalar câmeras no transporte público; disponibilizar uma vigia feminina nos ônibus; aumentar a frota de ônibus, visando evitar a superlotação.
Consta na conclusão do trabalho que os dados foram apresentados ao vereador Bruno Cabeção (Avante) com objetivo de demonstrar a realidade das mulheres no transporte público municipal e que o Legislativo crie projetos de lei e fiscalize a empresa prestadora de serviço público, a fim obter melhorias e segurança para o cotidiano das mulheres.
Fato é que a pesquisa contribuiu e muito para se conhecer a realidade das mulheres no transporte público municipal, demonstrando que ações e medidas precisam ser tomadas urgentemente.
Mais uma vez trazemos que o importante é não se calar, em nenhuma hipótese ou circunstância. Na rua, no transporte público, nos espaços públicos ou privados, nessas situações é necessário acionar a polícia imediatamente, fazer a denúncia e o registro da ocorrência. Em qualquer situação, denuncie! Ligue 180 e 190.

 

(*) Elivânia Felícia Braz é advogada e presidente da AMA- Associação Mulheres em Ação de João Monlevade

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